quarta-feira, 2 de junho de 2010

TOCANDO EM FRENTE

Epílogo Poético

Tocando em Frente
Tocando em frente, pois este é o destino;
Voltar é que não dá mais!
Mas é sempre possível dar à vida e a história outro fim,
amarrado com nova luta, novas motivações, mais carregadas de sentido.
Está certo “que ando devagar, porque já tive pressa”.
Se acumulei fracassos e frustrações e certo também que vivi
instantes carregados de emoção, de amizade e bem-querer.
Tem razão sorrir como criança porque vale o presente.
No que passou “chorei demais” agora levo
“este sorriso mais feliz quem sabe” porque gratuito.
Não espero resultados, apenas que seja pleno e apenas enquanto dure.
Acrescentei manhas e ritos no meu cotidiano, às vezes ridículos,
às vezes poéticos como “conhecer as manhãs,
o sabor das massas e das maçãs”.
Tão simples e tão óbvio...
Contudo é disto que é feita a vida.
“É preciso amor para poder pulsar” como
“é preciso a chuva para poder florir”
mas para que serve florir?!
Aprendi que as melhores coisas da vida são aquelas que
não servem para nada, as coisas inúteis.
As coisas são usadas, enquanto prestam...
Depois são jogadas fora como inúteis.
A vida acontece independente de nossos planejamentos
de nossas programações.
Vivemos mais que nunca a “era das incertezas”,
por isto basta esta atentos e desacreditar um pouco da razão,
das certezas da ciência.
“penso que cumprir a vida seja simplesmente
compreender a marcha e ir tocando em frente”.
Melhor se este caminhar for junto com os outros,
de mãos dadas; porque assim somos mais fortes e quem sabe mais felizes.
Tocando os dias pela longa estrada, “estrada eu sou, na estrada eu vou.”
Todo mundo chora... um dia a gente chega.
No outro dia vai embora.
Cada um de nós, compõem a sua história,
nunca com total autonomia.
Há uma cumplicidade múltipla com o universo dos homens,
da multidão com quem, consciente ou inconsciente, caminhamos.
Não dá para esquecer contudo, que cada um carrega em si
o dom de ser capaz
e talvez viver a aventura humana de ser feliz.

2 comentários:

Unknown disse...

a frase final
é de um
schopenhaurismo-alegre
que me comove!
estou adorando
com a vita crepuscular
que se anuncia!
parabéns redin...

José Alberto Bahia Duarte disse...

Sr. Redin, vi que não escreve desde 2010. Não conheço o senhor e vim parar aqui por um outro blog, de sua filha Mayra. Desde que a conheço é minha vontade também conhecê-lo.
Fiquei contente com o que escreveu a respeito da música do Almir Sater (é dele mesmo? agora não sei). Tenho uma simpatia pelos restos, pelas inutilidades e foram as suas palavras me tocar nesse ponto, tão incerto e pouco preciso, como as coisas que nos vem da vida e dessa aventura de tentar a felicidade. Me parece que nunca deitamos na cama que preparamos pra vida, usando aqui as palavras de um professor que fala disso se tratando da pintura. E que bom que seja assim, incerto.
Um abraço,
Bebeto Bahia